Com as temperaturas mais baixas do inverno, há quem prefira se jogar para debaixo dos cobertores e abandonar os treinos de corrida, principalmente ao ar livre. Conversamos com Raul Santo de Oliveira, pós-doutor em fisiologia pela Escola Paulista de Medicina da Unifesp e professor da Universidade São Judas Tadeu, para saber as implicações do frio no organismo. Na semana passada, desvendamos o mito sobre a perda calórica no inverno. Nesta reportagem, veja as precauções que devem ser tomadas antes de sair pela rua nessa época do ano.
Treinamento - Corredores habituais, não se assustem: no frio, o desempenho tende a diminuir. Isso pode acontecer pela influência de alguns fatores como a baixa qualidade do ar (veja abaixo) e também pela eventual diminuição da carga de treinos.
Por outro lado, algumas pessoas pensam em começar a treinar durante o tempo frio parasupostamente perder mais calorias e chegar em forma para o verão. O Dr. Raul alerta que esse momento não é o mais apropriado para adquirir condicionamento físico por causa das implicações no organismo, entre elas a propensão para doenças oportunistas, como resfriados.
Quem já vem de um plano de treinamento organizado e periódico não enfrentará muitas dificuldades, uma vez que o exercício físico fortalece também o sistema imune. A dica mais preciosa, nesse caso, é a velha recomendação: não sair sem agasalho.
Proteger-se do frio - É só a temperatura baixar um pouquinho que já sentimos os lábios mais ressecados e a pele mais agredida pelo frio. Quem não quer perder o passo durante o inverno deve tirar os casacos do armário e levá-los junto para o treino.
Além dos casacos, vale apostar em outros modelos para ficar quentinho, como luvas e gorros.
Com o corpo aquecido depois de alguns minutos de exercício, as roupas “a mais” podem e devem ser tiradas para que não prejudiquem o processo de sudorese, essencial para a perda de calor do organismo. Quando terminar os treinos, a indicação do Dr. Raul é vestir novamente as peças e evitar a roupa úmida.
Recomendações - Quando as temperaturas baixam, muitas regiões do País sofrem com a umidade relativa do ar, que registra índices até o limite do considerado adequado – 20%, segundo a Organização Mundial da Saúde. Junto com a poluição das grandes cidades, o treinamento ao ar livre pode causar comprometimentos respiratórios.
“O treinamento não é proibido, mas precisa ter uma cautela a mais”, explica Raul.
Para o fisiologista, o melhor horário para o exercício é pela manhã, quando a poluição do ar está mais baixa devido ao menor fluxo de veículos durante a noite. Ele recomenda também que o atleta opte por lugares mais arborizados e evite vias movimentadas.
A hidratação, nessa fase, é mais que obrigatória e se estende para além da garrafinha de água. O corredor pode lavar o rosto e as narinas com um pano úmido durante o treino para facilitar a respiração.
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